terça-feira, 29 de dezembro de 2009

INTENSO



Mais um ano vai chegando ao fim e todos (inclusive eu) começam com aquela história de "Nossa, esse ano voou", "Nossa, passou rápido demais e eu nem vi", "Ah, ano que vem...", e por aí vai. Velhas reticências conhecidas por nós, repetidas ano a ano. Para o ano que vem não costumo fazer promessas, não gosto disso. O que tem que ser, será, independentemente de promessas, palavras jogadas no vento, desperdiçadas descuidadamente. Não o fazemos por mal; simplesmente nos acostumamos a fazê-lo.
Antes de pensar no que virá, porém, preciso fazer uma retrospectiva do que foi. Quando parei pra pensar em 2009, confesso que me assustei, e acabei pensando em todos os anos anteriores. Não por não ter mais em quê pensar, mas porque percebi que cada ano que passa se mostra mais intenso aos meus olhos. Ao pensar um pouco, sem muito esforço percebi a intensidade de tudo, de cada dia, de cada ano. Foram anos assustadoramente intensos e maravilhosos - mesmo com todas as pedras no caminho.
2009 não foi diferente, mas ainda mais intenso. O primeiro semestre do ano foi terrivelmente ruim, traumatizante - literalmente, tanto que ainda hoje não me recuperei-, assustador; a cada dia eu pedia que as horas andassem mais rápido, mas elas insistiam em se arrastar, até que deixaram de ser teimosas e se apressaram. Foram meses de angústia, de estresse, meses em que apenas sobrevivi. Passaram, graças a Deus. Pelo menos me permitiram criar um forte laço com pessoas que sempre amei, mas que nunca amei tanto.
O segundo semestre, ao contrário, foi intensamente maravilhoso, intensamente intenso. Vieram realizações, sonhos realizados, sorrisos e alegria. Confesso que vivi - e como! Novas experiências, novos locais, novos amigos, grandes descobertas. Nada mais ou menos, tudo com grande intensidade. Pulei, adoeci, melhorei, gritei, sonhei, realizei, aprendi a me aceitar, aprendi a acreditar na vida, nas pessoas e em mim, conheci pessoas intrigantes e pessoas magníficas, descobri de onde sempre virá a ajuda necessária, aprendi a aceitar as pessoas, farreei, loucamente dancei, estudei, festejei, tentei e mais uma vez tentei, aproveitei, aprendi. E foi muito mais que isso. Foi magnificamente intenso. Maravilhoso.
2009 foi um ano péssimo e 2009 foi maravilhoso.
Sem meios termos, sem clichês e lugares comuns, diferente de tudo que eu poderia um dia imaginar, talvez o que eu nunca fosse querer - mas decididamente ótimo.
E agora chego ao final de 2009 mais uma vez confusa - tipicamente eu-, mas segura. Disposta e pronta para lugar pelo que antes deixei se perder no caminho. Disposta a seguir em frente, por mais que as pedras machuquem meus pés durante a caminhada.
E que 2010 possa ser resumido com a mesma palavra que resume 2009: intenso.

Para mim, e para você. E que a vida nos sorria e nos permita sorrir.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Minha frustração

Apenas preciso dizer isso para, quem sabe, aliviar um pouco minha alma sonhadora e frustrada com o que não sou. Talvez um dia eu consiga me livrar disso, talvez não. O fato é que minhas maiores vontades são viver da música e dançar, dançar livre como uma bailarina e com a perfeição de um sapatinho de cristal. Até hoje, nenhum dos dois. Fato.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O tocador de violino



Toca violino como quem tenta tocar uma alma. Aliás, tentava tocá-la. E conseguia muito mais, conseguia tocar muitas almas, inúmeras almas.

Sua melodia docemente triste e alegremente melancólica parecia fazer repousar uma nuvem de calmaria sobre todos que o ouviam, e todos paravam seus afazeres e ouviam, extasiados, a música tocada pelo jovem tocador de violino.

Ele amava a música; não tinha por objetivo mais do que sentir sua alma passando-lhe pelo dedos e produzindo aquele som maravilhos no instrumento que ganhara quando pequeno. No entanto, sua música parecia um gigantesco campo magnético, atraindo todos que tivessem contato com ela, mesmo que o mais breve.

A música era sua vida. E, tocando sua vida, acabava por tocar - e transformar - a vida dos que lhe cercavam.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Desabafo

Tenho saudades de tudo. Do que foi e do que nem chegou a ser. Dos amigos que já não vejo, dos que vejo uma vez ou outra, dos amigos que ainda não tenho. Saudades de ser quem eu era, da minha autoestima, das minhas companhias. Não sei o que aconteceu para que tantas mudanças ocorressem, e para que eu mudasse tanto assim. Ou talvez eu saiba, mas o motivo me machuca tanto que prefiro fingir desconhecê-lo.
O fato é que já não sou a mesma. Mudar pode ser bom, ou mesmo necessário, mas a mudança que se processou em mim seria mais bem vinda se ela nunca tivesse me encontrado. Envelheci antes da hora, amadureci de uma forma que eu - e ninguém - deveria jamais. Perdi minha alegria, parte da minha paixão pela vida, já não encontro tantos motivos para sorrir. O tempo todo sinto um grande vazio, a falta de alguma coisa que não sei o que é. Já não sorrio com tanta frequência, já não dou gargalhadas escandalosas como eu costumava. Um peso desabou sobre as minhas costas e não há nada que o tire daí.
Olho para trás, encaro minhas fotos e vejo como minha alegria se dissipou. Sinto falta de ser quem eu era, de tudo o que eu costumava fazer, de tudo o que eu costumava querer, de sonhar como eu sonhava e ser feliz com o gesto mais aparentemente insignificante.
Estou onde eu mais quero estar, e ainda assim me sinto vazia. Parece que a alegria se cansou de mim e resolveu procurar outra pessoa em quem habitar. E, por mais agradecida que eu esteja por cada coisa que conquistei, sinto que perdi algo extremamente importante e tenho medo de não encontrá-lo novamente.
Não sei nem se isso é um desabafo, se é um impulso qualquer ou uma loucura.
Talvez seja medo. Talvez seja outra coisa que não sei o que é.
Medo de que seja depressão. É o que o médico desconfia que seja, o que me faz fugir. Talvez eu deva voltar lá e falar que a suspeita dele deve estar correta. E aceitar. Não sei o que é, não sei o que fazer, só sei que sinto medo.
E saudade, saudade de tudo o que já senti um dia.

terça-feira, 20 de outubro de 2009


E ela achou que tinha se apaixonado, coisa que não queria. Olhou para o lado e viu o garoto de mãos dadas com outra menina. Ah, ela percebeu que a paixão não lhe alcançara, e sorriu ao encarar com olhos mais felizes o lindo pôr do sol, iluminando cada folha das árvores do lugar que tanto amava. Ele não era o garoto certo - talvez nunca seria - e ela, sorridente, agradecendo pela vida, agradeceu porque seu coração não lhe pregou outra peça.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

PANOS


Cobrir a realidade com panos escuros, daqueles que no corpo nos fazem sentir dentro de uma sauna, pode parecer um jeito fácil, até mesmo simples para encobrir o que nos machuca. Esconder a realidade debaixo de panos não adianta nada, acredite. Ela parece criar vida, fazer-se mais forte quando a tentamos abafar. Ela cria braços, pernas, tentáculos e bocas - sim, bocas, no plural - para se mostrar, firme e forte, incontrolável e esmagadora.

Ah, sei lá, mentira isso. A vida é bela, é sim. Há partes feias - horrorosas, eu diria -, mas, no geral, a vida é maravilhosa. Podemos sofrer, chorar, nos enganar, nos iludir.

Ah, a ilusão, como dói essa maldita criatura. Como dizia meu avô, o melhor da festa é esperar por ela. A expectativa criada, a realidade imaginada, os planos feitos. E desfeitos. Pelo menos há uma vantagem na ilusão: você se sente feliz enquanto sonha. Planos, planos e mais planos. A conversa na imaginação, a atenção, o carinho desejado. E, naquele momento, aquele em que a realidade deveria se delinear exatamente como planejamos, ela vem, nos mostra que não somos donos do destino, nos esbofeteia e sai de nariz empinado. Na hora, dói. A alma grita, querendo sair do corpo e fugir da realidade, fugir do mundo. Ha! Fugir do mundo. Mas ela está presa em nós, não pode sair, por mais que queira. E é obrigada a sofrer com a mente.

Tudo bem, a mente é forte, se recupera. Nada que umas sinapses nervosas não possam resolver. E lá vamos nós outra vez, burramente pisando em solo movediço.

E a realidade se revela mais uma vez.

Dizemos que aprenderemos, que os erros nos ensinarão. Mas continuaremos a errar.

Isso pode ser péssimo. Mas também pode ser maravilhoso. Não é masoquismo. É a graça da vida. Nada seria tão bom se fosse sempre perfeito. Prefiro tentar e errar do que jamais buscar o melhor.

Panos não escondem a realidade, não dissolvem problemas, não ajudam em sua solução. Podemos insistir em utilizá-los, mas saibamos que o esforço será em vão. Não é pessimismo, mas apenas uma forma diferente de encarar o mundo. Se tudo pode ser péssimo, ok. Valeu. Melhor é jogar nossos panos fora, escancarar nossas janelas e gritar nossa verdade.

domingo, 6 de setembro de 2009

Efêmero


Aprendi, infelizmente da pior maneira, que há amigos que dizem que estarão sempre presentes, mas passado algum tempo se vão e nunca mais olham para trás. Infelizmente acreditamos nas suas falsas promessas, na sua fingida alegria. Pensamos que realmente fomos importantes na vida daquele amigo tão estimado e descobrimos que, na verdade, ele nem se lembra de nós. Sim, eu acreditei em você, nas suas juras falsas, nas suas palavras convincentes. Acreditei que você se esforçaria em manter contato, em continuar sendo parte do meu presente, da minha realidade. Acreditei que minha amizade fizesse alguma diferença em sua vida, que minha presença talvez fosse importante. Acreditei que minhas palavras tivessem sido importantes para você, que minha ajuda tivesse sido digna de gratidão.
Acreditei. Enganei-me. Mas não se preocupe, meu querido, hoje sei que posso seguir sem você. Embora sua amizade me faça falta, descobri que tenho amigos que, ao contrário de você, não se importam com a distância, que não usam o tempo como desculpa e continuam tão presentes como sempre. Sua amizade foi importante. FOI. Hoje aprendi que posso viver sem você, e que sua ausência já não me machuca mais. Chegar a este ponto não foi fácil. Tive raiva de você, tive vontade de te dar um soco no nariz e tentar fazer com que você acordasse para a vida. Mas passou, meu amigo, passou. Ainda vamos nos ver, mas já não sinto saudades de você. Finalmente me curei e hoje sei que a vida sem a sua presença pode ser ainda mais colorida.
Não se preocupe comigo: preocupe-se com você, há algum problema contigo. Ou será que TODOS os seus antigos amigos resolveram sumir de uma vez? Não foi você quem sumiu e achou melhor jogar no lixo tantos momentos maravilhosos vividos juntos?
Boa sorte pra você. Enquanto isso, fico aqui com os amigos verdadeiros, que podem estar a quilômetros de distância, mas continuam firmes no coração.

Eternos



Li em um texto algo que me fez pensar: "Vivemos como se fôssemos eternos."
Talvez esse seja o nosso maior problema. Acreditamos que sempre haverá um amanhã, que haverá outro dia e outra oportunidade para recomeçar. Insistimos em nos iludir pensando que tudo poderá ser resolvido mais tarde, que amanhã poderemos dar aquele abraço guardado ou dizer aquelas palavras ainda não proferidas. Fazemos planos para amanhã fazermos o que poderíamos fazer hoje. O problema é que não sabemos se teremos mais um dia, mais uma oportunidade.
Fechamos nossos olhos e nos fazemos de cegos, como quem não vê a vida passar, como quem não vê as pessoas e os momentos se perderem de nossas vistas. E nos iludimos acreditando que amanhã tudo poderá ficar bem outra vez, que o que não foi feito hoje poderá se realizar em algum futuro.
Mas nós nada sabemos sobre o futuro, não temos consciência sobre o que nos aguarda. Precisamos viver enquanto é tempo. É preciso agarrar as oportunidades enquanto elas estão ao nosso alcance e estar com as pessoas que amamos enquanto ainda podemos encontrá-las. A vida passa e não espera quem fica para trás, não deixa que ditemos o ritmo: ela determina como soará a melodia, quer isso nos agrade quer isso nos entristeça. É preciso aproveitar a única certeza que temos. É preciso aproveitar o presente, e não viver do passado ou alimentar-se do futuro.
Quando aprendermos a aproveitar e valorizar cada momento, cada pessoa, cada segundo vivido, aprenderemos a ser felizes verdadeiramente e saberemos que o maior presente da vida é o que está diante de nós.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cicatrizes somadas


Domingo, Dia dos Pais. Mais um dia em que ela não vira seu pai. Não que ele estivesse morto: estava bem vivo, sempre se viam, mas não moravam na mesma casa. Ela já havia se acostumado há ausência dele: já haviam se passado mais de quinze anos do divórcio dos pais, mas ainda assim ela sentia falta dele. Aliás, ela sempre sentiria saudades dele, mesmo que estivessem lado a lado, pois ele raramente parecia estar presente - embora ela soubesse que ele era louco pela filha, amava-a mais do que amava a qualquer coisa ou pessoa no mundo, sem exceção alguma. Mas doía-lhe. Ela só queria vê-lo, abraçá-lo e perceber que ele estaria sempre ali. Mas não fora assim, não naquele domingo de dia dos pais. O presente teria que esperar mais uns dias para ser entregue. Ela tinha tudo o que queria, menos a presença verdadeira do seu pai. Ela não reclamava, sabia que ele se esforçava, que faria qualquer coisa para ela. No entanto, ela só queria um abraço. Não teve nem um olhar, apenas um telefonema. Ah, como ela desejava gritar para o mundo que precisava da presença dele. O pai não sabia, mas ela não queria todos os presentes que pedia; queria apenas atenção, um diálogo aberto. Queria que ele deixasse o trabalho por um dia para estar com ela, para ouvir sobre seus sonhos e loucuras, para apreciar o céu e sentir a brisa batendo no rosto, ao lado dele, em completa paz. Ele sempre fizera tudo por ela, mas naquela domingo não se esforçou para ter um tempinho para ela - a única coisa que ela desejava.
Naquele ano, havia perdido o Dia das Mães também, mas esse ela entendia: ela estava estudando em outra cidade, longe de casa, mas pelo menos conversara longamente com sua mãe aquele dia, ainda que fosse por telefone. Mas o pai, não: por sorte ela pudera voltar pra casa um dia antes, e estava ansiosa para estar com seu pai num dia tão especial, mas ele não a fora ver, nem por um minuto. Nem um minuto com ele. Mais uma cicatriz em seu delicado coração - uma cicatriz que se juntaria às muitas já existentes.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Todas as cores do mundo


Tenho hoje em mim todas as cores do mundo. TODAS. As mais brilhantes possíveis.
Não criei esse blog com a intenção de falar sobre minha vida, mas hoje é impossível segurar meu contentamento. Realizei meu sonho!! Passei no vestibular!! Hoje, recebi a notícia de que fui aprovada na Universidade Federal de Ouro Preto, para o curso de Farmácia. E, ainda melhor: em primeiro lugar!!
E o melhor: pude comemorar com quem amo! Minha família, que não perde uma, mal esperou que eu almoçasse. Quando percebi, eu tinha me transformado em um monte fedorento de ovos, confete, farinha, batom e spray de espuma. Foi maravilhoso!!!
Hoje só posso sorrir e agradecer à Deus. Tudo valeu a pena: a distância, o estudo do amanhecer até a hora de dormir, cada uma das lágrimas, as orações, a saudade e tudo mais!!
Hoje sou TODAS AS CORES DO MUNDO!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Desperdício e opiniões alheias




"Eu faço as coisas pensando nas consequências, porque sei que tudo será cobrado de mim depois". Ah, por favor!! Pare com isso! Me desculpe, mas isso chega a ser idiota de se dizer. Já não tenho paciência para esses draminhas existenciais. Acorde!! Hoje crescemos, já não somos os garotinhos e garotinhas que éramos há anos atrás, já sabemos quem somos ou deixamos de ser, temos nossos próprios gostos e opiniões.
Ah, quem é que faz as coisas pensando na cobrança posterior? Sinto muito, amiguinha, mas se fosse assim, ninguém faria nada - repito, NADA- nessa vida. Ficaríamos parados, vendo a vida passar, os dias se esgotarem, os momentos se perderem e as oportunidades virarem passado. Esse drama psicológico já não me comove. Foi-se o tempo em que eu ouviria isso e passaria a mão em sua cabeça, falando que as coisas melhorariam. Não, cansei-me disso, e hoje lhe digo que seu drama é insuportável, que você não sabe encarar a vida, que quer apenas encontrar desculpas para os seus erros ao invés de admitir sua realidade.
"Sei que tudo será cobrado de mim"? Ah, me desculpe a palavra, mas FODAM-SE os outros, fodam-se as opiniões alheias (mantendo o respeito, é claro), mas a vida é sua e ninguém tem nada a ver com o que você faz ou deixa de fazer, ninguém tem o direito de cobrar nada, porque você é uma pessoa livre, não está presa a ninguém, seu corpo é seu, seu cérebro é seu, a vida é unicamente sua. Se fôssemos esperar a aprovação dos outros, faríamos exatamente nada, pois cada um dos "outros" que nos rodeiam tem uma opinião diferente, um desejo distinto. Você realmente quer depender de todos esses outros para viver? Ou acordará para a vida, gritará sua verdade e viverá como quiser? Bom, a decisão é sua, e eu não posso escolher por você, mas digo que você deve tomar cuidado. Afinal, uma vida toda dependente de aprovações alheias é uma vida desperdiçada. É um dom desperdiçado.

terça-feira, 21 de julho de 2009

VERDADE




Acabo de assistir dois filmes aparentemente totalmente diferentes, mas que guardam uma profunda relação: "Ele não está tão a fim de você" e "O grande truque". Não vou me deter contando as histórias, mas recomendo ambos. Agora, a relação: os dois filmes falam sobre a verdade.
Não "verdade", pronto e acabou, mas a verdade real, que não queremos enxergar, nos fazemos de cegos fingindo que tudo é maravilhoso e não somos capazes de sermos realmente sinceros, de dizer a verdade que merece receber esse nome. Nos enganamos, nos iludimos, mesmo sabendo que tentamos mentir para nós mesmos. No fim, é preciso admitir a realidade.
Se ele não ligou, não está a fim, simplesmente. Se foi demitido, é porque não foi suficientemente bom. Não atingiu o objetivo, não lutou com tudo o que era preciso. Se perdeu no meio do mundo, não fez nada para se encontrar. É apenas isso. A verdade.
As pessoas parecem gostar de viver em um mundo de mentira, fantasiando, se iludindo e fingindo acreditar que tudo é exatamente perfeito. Mas não é, e precisamos admitir nossos erros, limitações, defeitos e qualidades. Não podemos nos enganar eternamente, pois a verdade parece ter vontade própria, uma necessidade constante de fluir e se revelar. Ouvir a verdade pode doer, pode ferir. Mas é a verdade.
"Agora você está procurando pelo segredo. Mas você não encontrará porque, claro, não está realmente procurando. Você não quer saber. Você quer ser enganado" é a narração final de "O grande truque". História de dois mágicos que praticamente tentam se destruir, que querem roubar o segredo do outro. Talvez o grande segredo de cada um de nós seja a verdade. Não aquela fácil de ser dita, mas aquela que todos insistem em esconder. E, por pior que seja, é melhor do que qualquer truque.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Retrato de si mesma



E a garotinha então cresceu. Não, ela não havia crescido, mas havia mudado sua forma de enxergar o mundo, de encarar a realidade. Antes, ela esperava demais, acreditava demais. Depois, descobriu a verdade e se encontrou.
Percebeu que o mundo não era um conto de fadas, mas tampouco era tão ruim como muitos apregoavam diariamente. Ela parou de esperar, deixou de buscá-lo, de sentir o peito explodir só de pensar em seus olhos adocicados. Agora ela se conhecia, sabia quem era, embora ainda tivesse inúmeras perguntas sobre si mesma.
Deixou de depender da aprovação dos outros, olhou o espelho, gostou da imagem refletida e sorriu. Sorriu com a luz do sol brilhando em sua face, sorriu com as gotas de chuvas molhando seu corpo, sorriu com a brisa despenteando-lhe o cabelo. Já não era uma menininha ingênua. Sabia que não podia esperar nada das pessoas, porque quase sempre iria se decepcionar. Aprendeu a dar valor a quem realmente merecia, buscou em outros olhos a coragem. Ela sentia-se bela, sabia-se inteligente, reconhecia seus defeitos, por mais que doesse. E se lembrava do mar, da inesquecível viagem com sua família, dos momentos marcantes com os amigos. Era apenas uma garota normal, mas sabia-se diferente.
Ela nunca gostara de seguir modinhas, de fazer o que todo mundo fazia. Não se importava em ser tão diferente, em ter aquela mente crítica, criativa e inquieta. Inquieta. É o que ela mais era nessa vida. Nunca sentia-se completamente satisfeita, buscava sempre mais, sabia que ainda poderia haver algo melhor. Alguns diziam que ela precisava lutar, mas estes não a conheciam. Sua luta era diária, interminável talvez. Buscava, buscava, buscava. Encontrava e voltava a buscar.
Ninguém entendia porque ela gostava tanto da calmaria, de ficar em casa e aproveitar a família. Mas ninguém sabia como ela havia descoberto a importância de estar com os seus. Agora ela sabia, mais do que pudera imaginar, que não havia nada mais importante no mundo do que ter quem amar, quem cuidar. Afinal, o fim de todos é a morte mesmo, e isso torna necessário aproveitar o pouco que se tem em vida.
Ela gostava do seu jeito desconexo, distraída, diferente de todos. Não sentia vergonha. Orgulhava-se. Não se escondia. Fazia questão de gritar sua verdade.
As duras pancadas da vida talvez a machucassem, mas não a abalavam. Ela podia até chorar, mas não desistia. Aprendera a ser forte. Aprendera a viver.
Ela não sabia de nada, não imaginava o que seria dali pra frente, nem tentava imaginar demais, pois havia aprendido que o mundo dá voltas.
Lutou para conter as lágrimas e esboçou um sorriso. Um sorriso que ela amava, porque havia aprendido a se amar verdadeiramente.
Ainda tinha problemas, mas não se desesperava. Gostava de viver assim, aproveitando os mínimos detalhes, saboreando todos os sabores da vida, sonhando alto com os pés no chão e reconhecendo-se pouco a pouco.
Sabia quem era, embora não o soubesse completamente. E gostava disso. Gostava-se assim.

domingo, 5 de julho de 2009

Amizade cativa


"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas", disse a rosa ao Pequeno Príncipe. Assim são as amizades.
Uma amizade se constrói com confiança, carinho, respeito, paciência e entrega. É preciso muito tempo para que uma amizade se fortaleça e se consolide, para que a confiança seja praticamente inabalável, para que possa continuar por muitos anos mais.
Quando floresce uma amizade, é preciso regá-la constantemente com grandes doses de amor, cultivá-la com confiança, fornercer-lhe grandes doses de dedicação.
Quando a distância tenta separar grandes amigos, podemos nos afastar ainda mais, e fazer com que ela vença, ou podemos nos fortalecer e lutar pela amizade, fazendo assim com que distância nenhuma seja capaz de vencer amigos inseparáveis.
É muito fácil, e até mesmo muito cômodo, dizer que o grande amigo mudou muito depois que a vida nos impôs outros rumos. É fácil culpá-lo e dizer que ele já não tem assuntos em comum, que ele já não fala de outra coisa a não ser isso ou aquilo. Acusar o outro é extremamente fácil. O difícil é ouvi-lo. O difícil é assumir que nós também erramos.
Uma amizade requer nossa dedicação. É preciso que escutemos o outro, que tenhamos paciência. Se ele parece ter um único assunto, ouça melhor: é ele que não fala de outra coisa ou você que não sabe ouvir o que ele tem a dizer e entender o que ele realmente lhe diz?
O amigo parece ter-se afastado? Ele se afastou mesmo ou você já não lhe dá oportunidades para que faça constantemente parte da sua vida?
É simples acusar, é fácil apontar o dedo para o outro. Mas, por mais difícil que seja, é preciso reconhecer que nós também erramos: nos afastamos, não soubemos ouvir, não tivemos paciência, não quisemos escutar o que o outro queria contar e nem contamos tudo o que tínhamos para dizer.
Você realmente quer deixar aqueles momentos inesquecíveis apenas no passado? Lembre-se: você tem a oportunidade de viver muitos outros momentos ao lado do grande amigo, tão inesquecíveis quanto aqueles que ficaram nas lembranças. Para isso, você tem que se doar, se entregar completamente. É preciso estar disposto a lutar pela amizade, tratá-la com muito cuidado para que ela continue além das histórias, além do tempo ou da distância. Dê o devido valor à amizade, não se esqueça de que ela é um presente divino. Você pode simplesmente deixá-la acabar ou pode lutar para que ela não acabe jamais.
Não há nada mais recompensador que rever um amigo depois de um longo tempo, abraçá-lo forte e senti-lo tão presente como nunca.
Um amigo é um presente, saber cultivá-lo é um dom.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Sucesso?




"Você será uma pessoa de muito sucesso."
Muito obrigada pelas palavras. Mas... o que é sucesso, para você?
Pra você, ter sucesso é ganhar muito dinheiro, é ser feliz ou viver intensamente? O que é sucesso, para você?
Talvez o sucesso que você me deseja não seja exatamente o sucesso do qual eu preciso, mas sou eternamente grata por sua intenção.
Eu tampouco sei definir o que é sucesso com precisão, mas sei algumas facetas que, para mim, ele tem.
Sucesso, na minha opinião, é ser feliz, é sentir-se em paz e realizado - a realização financeira faz parte, mas o mais importante é a sensação de dever cumprido, de coração leve e alma tranquila.
Sucesso é sentir-se em paz com sua família, é ter a certeza de que se pode contar com os amigos - não importa a que distância estejam. Sucesso é parar para refletir sobre o futuro e acabar sorrindo ao se lembrar do passado, é acreditar que a vida pode ser melhor e sentir que, mesmo que ela não melhore, o mundo ainda é maravilhoso e a vida é surpreendente.
Sucesso é saber que sempre haverá alguém para atender seu telefonema desesperado nas horas mais impróprias, e mesmo assim esse alguém te ouve calmamente e faz até mesmo o impossível para te consolar.
Sucesso é ter certeza de que, se o mundo acabar amanhã, você morrerá feliz e terá ao menos uma pessoa para abraçar no momento em que tudo chegar ao fim.
Sucesso é imaginar-se velhinho - sorridente apesar do cansaço e feliz mesmo com todas as intempéries. É poder acordar, olhar para o céu e agradecer por mais um lindo dia - mesmo que o dia não esteja exatamente lindo.
Sucesso, para mim, é saber que o seu melhor foi feito, que alguém sorriu com seu abraço, que nenhuma gargalhada foi contida e que mesmo as lágrimas foram necessárias para aliviar o espírito.
Sucesso é olhar o passado e ter vontade de reviver tudo, mas, sabendo que isso não é possível, ser capaz de agradecer pela beleza do que passou e pelas possibilidades do futuro logo à frente.
Sucesso é ser feliz, ainda com lágrimas nos olhos, é poder mostrar-se ao mundo sem medo do julgamento alheio, é sorrir na dor e apreciar cada momento. É viver, querer reviver, almejar a felicidade e tê-la em suas mãos.
Se foi isso o que você me desejou, qualquer coisa que eu lhe diga será insuficiente para expressar minha gratidão - e eu apenas poderei lhe desejar exatamente o mesmo.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Perda


Michael Jackson morreu.
Nunca fui fã dele, mas sei admirar o poder desse grande astro.
Nunca segui seus passos, nunca procurei saber detalhes sobre sua vida, mas ainda assim sinto um vazio, uma sensação de perda.
A maior estrela mundial do pop morreu e essa perda é indiscutível.
Mesmo que ele fosse polêmico, mesmo que ele tenha se transformado tanto fisicamente que ficou praticamente irreconhecível. Mesmo que ele responda por inúmeros processos, mesmo que ele tenha feito incontáveis plásticas e causado diversos problemas. Ainda assim ele era um grande cantor. E ainda tinha muito mais por fazer.
A próxima turnê, a se iniciar em 15 de julho na Inglaterra, contava com 50 shows e todos os ingressos já estavam vendidos. Todos!! Essa é uma pequena demonstração da multidão de fãs que ele tem (e continuará tendo) ao redor do mundo. A turnê se estenderia até 2010, mas a morte não espera.
Morreu hoje, aos 50 anos de idade, Michael Jackson.
Morreu hoje um grande astro.
Certamente essa morte será sentida por cidadãos de todo o mundo, fãs ou não.
Uma grande perda

Pressentimento? Sexto sentido? Imaginação?



Muito se fala em sexto sentido, pressentimento, adivinhação, até mesmo em vidência.
Há pessoas que creem firmemente nesse poder da mente, do coração ou do que quer que seja. Se sentem algo, ficam com um pé atrás, desconfiadas e até com um certo medo. Essas pessoas acreditam que aquilo que pressentem realmente irá ocorrer. Eu não as critico
Há, por outro lado, indivíduos totalmente céticos, que afirmam que devemos encarar a realidade com racionalidade, sem "imaginação". Dizem que prever o futuro é impossível e que tudo isso de sexto sentido é "coisa da nossa cabeça". Tampouco os critico.
Particularmente, não acredito que possamos prever o futuro. Pelo menos não como ele será exatamente, com detalhes: "Fulano irá se casar no quinto dia da primavera com Fulana, às cinco horas da tarde. Haverá tantos convidados...". Não, nisso eu não acredito. Mas sei que nossa mente e, ainda mais, nosso coração, tem um grande poder, e realmente podemos nos conectar com quem amamos.
Há algum tempo ando tendo fortes sensações em relação a algumas pessoas que amo. Tenho andado medrosa, angustiada, cismada.
Alguns meses atrás, durante uma semana de viagem com os amigos, ficamos acordados no hotel durante a madrugada. A maioria dos meus amigos tinha saído; alguns ficaram batendo papo, inclusive eu. Quando passavam das três da manhã, tive uma sensação horrível, algo que eu nunca havia sentido antes. Era uma mistura de medo, desespero, certeza do perigo. Do nada, cada pêlo do meu corpo se arrepiou e eu comecei a chorar descontroladamente, sem saber o por quê. Por mais que eu tentasse controlar o choro, ele não parava. As lágrimas rolavam incessantemente pelo meu rosto, e eu nem ao menos sabia o motivo. Meus amigos se assustaram, e eu nem conseguia lhes dizer o que se passava - porque eu não sabia e porque as lágrimas não me deixavam sequer pensar. Poucos minutos depois, chegou ao hotel uma amiga, contando que um de nossos amigos - o melhor amigo de toda a minha vida, com o qual sempre tive uma ligação intensa- estava com um enorme problema, o maior que qualquer um de nós poderia enfrentar naquele lugar. Naquele momento, me assustei. Talvez aquela fosse a explicação para o meu desconsolo abrupto.
Desde então, fiquei quieta, não mais me manifestei em relação a isso que muitos chamariam de sexto sentido. Ultimamente, porém, ele vem se manifestando constantemente.
Duas vezes vi esse mesmo amigo em situações de grande risco, em grande perigo. Se eu disser a ele para tomar cuidado, não sei se ele acreditará, mas é meu dever tentar, embora eu peça a Deus que seja apenas imaginação.
Os medos qeu tenho sentido me dizem algo, embora eu não consiga interpretá-los. Minha mãe diz que devo me controlar, parar de ser exagerada, mas ela não sabe o que tenho visto e sentido, e que gera tanto medo.
Em poucos dias, terei que viajar. Inicialmente, meu pai iria me levar de carro. Ontem, ele me disse que me levará, mas que não iremos de carro. Ele está cismado. Não posso achar ruim, pois eu também estou - a última vez em que viajamos, não nos envolvemos em um acidente mortal por uma questão de um único segundo, pela ajuda de outro motorista, por sorte e provavelmente pela proteção divina, mas um segundo a mais e já não veríamos a luz do dia.
Pode ser providência divina, sexto sentido, adivinhação ou pura imaginação. Pode ser tudo isso e não ser nada, mas creio que devemos acreditar naquilo que sentimos, mesmo que corramos o risco de sermos irracionais.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Cansaço



Por favor, só por hoje não me peça mais ajuda. Não, não é má vontade, até mesmo porque isso eu quase nunca tive. Por favor, me deixe respirar aliviada, não me peça para fazer nada. Estou cansada, exausta, não aguento mais nada. Não corri nenhuma maratona hoje, não andei o dia inteiro nem tive que fazer grandes coisas hoje. Mas estou exausta, e não é de hoje.
Estou cansada de sempre estar à disposição, de ajudar o tempo todo, de ser útil o tempo todo. Minha mente já se exauriu, já não posso mais.
E não culpo ninguém por meu cansaço: eu sou a maior culpada. Com essa minha mania de querer ajudar, de querer aliviar, de querer fazer o que é melhor para os outros e tentar agradá-los com isso. Mas hoje estou cansada disso tudo. Arrumar tudo, sair com alguém só para ver esse alguém feliz (quando eu não quero ir), ensinar isso e aquilo, deixar tudo em ordem. Tudo, menos eu mesma. Preciso urgentemente dar um fim a essa mania.
Só quero deitar em minha cama, dormir o dia inteiro, ainda que eu não consiga dormir, e não pensar em nada. Ou melhor, não pensar em ninguém, pensar apenas em mim. Sentir cada músculo do meu corpo relaxando e ser capaz de desocupar minha mente por alguns instantes.
Mania idiota de autoflagelação, de automartírio. Isadora, você não é um super-herói!! Por Deus, pare com isso antes que a vida te faça parar, antes de adoecer ou ficar louca.
Quero apenas ouvir minhas músicas tranquilamente, caminhar um pouco, ter tempo para admirar o céu e a vida. Observar minhas coisas, me descobrir e tentar entender-me um pouco. Ter tempo para sorrir, para gargalhar e pular de alegria, sem preocupação nenhuma na cabeça, sem obrigação alguma.
Estou morta de cansaço. Meus olhos querem se fechar, e ainda não é nem uma da tarde. Acabo de receber uma mensagem pedindo pra que eu ajude a entender uma matéria. Por favor, não me peça nada. Só quero pensar um pouco em mim, ter tempo para mim, descansar em paz por um tempo. Não, não me peça nada, por favor!!

domingo, 21 de junho de 2009

Reconstrução


É hora de reconstruir.
Chegou o momento de refazer o que foi desfeito, de consertar o que foi destruído.
É hora de reviver, de voltar a sonhar, de voltar a viver.
Hora de reecontrar a felicidade, de fortalecer a autoestima.
É hora de sonhar outra vez o sonho esquecido.

sábado, 20 de junho de 2009

Sussurro



Me lembro de cada palavra que eu te disse naquela noite. E você, se lembra? Lembro-me perfeitamente: você tinha feito um besteira terrível, talvez a pior da sua vida, e eu nunca havia te visto tão preocupado e desanimado. Eu, sonhadora inocente, procurei te consolar o dia inteiro. Me aproximei aos poucos e procurei demonstrar que sempre estaria ao seu lado. Você mal percebeu minha presença - ou, se percebeu, disfarçou muito bem, o que não seria de espantar-, e eu me preocupei verdadeiramente com você. Conversei com você, fiz cafuné, observei seu silêncio e cada gesto seu. Você não falou quase nada, mas eu sentia que você gostava do meu consolo.
Quando eu já não suportava te ver tão cabisbaixo, chamei-o para conversar, longe de todos, onde você se sentisse seguro, por mais inseguro que você estivesse. Você se assustou ao ouvir meu chamado, mas me seguiu sem nada dizer ou reclamar. Te olhei nos olhos, te abracei e comecei a falar. Lembro-me de todos os seus movimentos, do seu olhar de surpresa e gratidão. Como até aquele momento você não havia percebido, achei que o melhor seria logo falar, para que então você pudesse enxergar a verdade.
Conversamos calmamente - embora você mal tenha falado - e eu me mostrei do seu lado, mostrei meu apoio incondicional e o quanto você poderia confiar em mim. Sim, naquele momento minhas palavras realmente foram assimiladas por sua mente afoita e você finalmente se sentiu tranquilo. Não posso me esquecer da sua expressão de agradecimento.
Então você me agradeceu, me abraçou verdadeiramente e deu um beijo em minha bochecha. Eu também não pude deixar de lhe agradecer.

Hoje, quando olho para trás, só posso sentir saudade - e uma imensa felicidade.
Lembro-me de tudo. E você, se lembra?

VIDA





Cuide bem desta vida, ela é a única que você terá.

Do que você gosta?


Se me perguntarem do que gosto, e estiverem dispostos a ouvir toda a resposta, eu tentaria citar tudo aquilo que me faz mais feliz, que mexe comigo ou que me faz sorrir só de lembrar. Gosto de coisas banais e de coisas realmente importantes, gosto do que se pode gostar e do que se pode odiar. Acredito que cada um de nós gosta de muitas coisas estranhas, por mais que aparentemos ser normais. Eu, que nunca tentei parecer normal (mentira, já tentei sim, há alguns anos, hoje já desisti das tentativas frustradas), gosto de uma infinidade de coisas.
Gosto de falar, gosto de me calar, de ouvir uma boa história, de passar um dia inteiro com os amigos, de ver minha família, de brincar com minhas cachorrinhas amadas, de ficar sozinha, de ficar acompanhada, de pensar até cansar, de dormir pensando. Gosto de apreciar o sol e observar as nuvens, de discutir ideias controversas e olhar o mar. Gosto de sorvete de maracujá, de salada de frutas, de morango com doce de leite, de livros e revistas, de filmes sem pipoca, de bombom, de muito sorvete. Gosto de uva, de maracujá, de ler um bom livro e ter uma longa conversa, de observar o comportamento humano e saber sobre tudo o que for possível. Gosto de conhecer a saúde humana, de estudar radioatividade, ler poemas, tirar e rever fotos, de refletir sobre a vida e sobre o passado, de rever os amigos e viajar. Gosto das nuvens, de dormir quando o quarto está bem escuro e de acreditar que a vida é bela. Gosto de ter fé na vida e nas pessoas, de crer em Deus e acreditar nos meus ideais, de ouvir diferentes pontos de vista e receber diversas opiniões.Gosto de pão de queijo, de café, chocolate e picolé. Gosto de capuccino, leite com achocolatado e leite puro.Gosto de apreciar a vida e ver como me pareço com minha mãe, tendo ainda o queixo do meu pai. Gosto do cheiro de madeira cortada e de terra molhada, do cheiro de casa limpinha e de um bom sabonete e um suave perfume. Gosto de banho na chuva (mesmo que eu não faça isso há algum tempo), de fazer bagunça com meus primos, de olhar nos olhos das pessoas e saber o que elas realmente pensam. Gosto de histórias fantásticas, de admirar quem vive intensamente, de andar sem destino algum e de ficar cansada até não aguentar mais. Gosto de cozinhar, de ajudar em casa (sim, sou estranha), de ficar ocupada o dia inteiro e de ficar algum tempo sem ter o que fazer. Gosto de música, de violino, de contrabaixo, violão, piano, de percussão, cadernos e aviões. Gosto de reler o que foi escrito, de sonhar alto e pular de alegria. Gosto de cada momento com minha família e daquela bagunça de muita gente reunida, gente diferente que pensa diferente e que ainda assim se respeita e se ama.
Gosto de andar de patins e nadar. Gosto de pular, correr, gritar como uma louca, até a garganta doer. De me sentar em um sofá e pensar em nada. Gosto de pensar no passado e de acreditar em como será o futuro. Gosto de sentir a água gelada em meu rosto e de me embrulhar com um bom cobertor. De acreditar que podemos ser melhores e que é possível mudar o mundo.Gosto de limão, mexerica, maracujá, canjica e pé de moleque. De ver as folhar balançando com o vento e de sentir a brisa em meu rosto. De me aquecer um pouquinho sob o sol e de sentir um friozinho. Gosto de ver a lua e as estrelas, de estudar até me cansar e depois dormir em minha cama quentinha. Gosto de tudo assim, mesmo que assim não seja a melhor maneira.
Gosto de estar viva, de respirar e sentir o ar entrando em meus pulmões. Gosto de sentir o sangue circulando em minhas veias e de saber que tenho o bem mais precioso que se pode ter: a vida.

E você, do que gosta?

quarta-feira, 17 de junho de 2009


Quem foi que disse que gosto de você? Que ainda penso em você todos os dias, mesmo que você me ignore? Quem foi que disse que eu nunca te esqueceria? Quem quer que tenha sido, acertou completamente.
A ciência, com todas as suas pesquisas já realizadas, diz que uma paixão tem data de validade: dois anos exatamente. A paixão tem data para terminar, mas o amor vai muito além do tempo e de qualquer previsão. Talvez o que eu sinta já seja isso, amor. Afinal, a data de validade dessa paixão teria sido há quase 6 anos atrás. É, são quase oito anos pensando unicamente em você. Não sei o que acontece, não consigo explicar nem para mim mesma. Talvez eu goste de gostar de você, por mais que eu saiba que você jamais se interessou por mim.
Uma vez, encontrei esse texto:
Há amores que se tornam resistentes aos danos, como o vinho que melhora com os anos. Assim cresce o que eu sinto por ti. Há amores que aparentemente acabam, mas logo florescem. E nas noites de outono reverdecem. Tal como o amor que eu sinto por ti.
Talvez seja exatamente isso o que acontece. Há amores inexplicáveis, que parecem ter uma força maior por trás, uma força que não permite que ele se acabe. Tentei negar tudo isso, tentei negar esse amor. Passei quase seis meses sem procurar notícias suas, sem mandar mensagens ou procurar por fotos. Acreditei, ingenuamente, que isso me ajudaria a tirá-lo da memória. Enganei-me completamente.
Quando eu soube que o reecontraria, quis fugir e me esconder, quis arrumar alguma desculpa para não ter que olhar seus olhos outra vez, olhos que tanto me fascinam. Mas acabei por ver-te. Cheguei a acreditar que eu não sentia nada mais, mas foi apenas vê-lo e me vi inundada por esse sentimento tão forte e indescritível. Meu coração pulsou mais rápido, fiquei sem saber o que dizer, só conseguia olhar para você. E logo estávamos como sempre. A amizade mostrou-se eterna, logo começamos a brincar e conversar como antes fazíamos diariamente, durante sete anos. E não nego que aquilo me fez feliz, me fez feliz como nada havia feito durante alguns meses e eu me senti outra vez em paz.
Talvez eu não precise exatamente que você tenha por mim o sentimento que tenho por você. Basta-me saber que você sempre estará por perto, e que sempre poderei olhar em seus olhos e acreditar na verdade que eles me dizem.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

AMANHECENDO


"A vida é bela", é o que costumo dizer quando acredito que alguém precisa perceber as belezas da vida. E, porque viver é maravilhoso e o que há de mais espetacular nesse mundo, começo esse blog. Para refletir, sonhar, falar um pouco e expressar as loucuras que constantemente passam por minha cabeça, uma cabeça um pouco maluca para esse mundo louco.
O nome é uma tentativa de homenagem aos Bee Gees, embora minha homenagem, frente a eles, seja muito pouco. Não, não sou dos Bee Gees desde pequena, nem cresci ouvindo suas músicas. Conheci-os há mais ou menos 4 meses, quando, por acaso, vi um dvd à venda e resolvi comprá-lo. Me apaixonei no mesmo instante. E, agora, nomeio o blog por causa da música "In the morning of my life", uma linda canção, que fala sobre a beleza da vida, e diz que é preciso viver calmamente cada minuto. E é assim que sigo, embora nem sempre eu me lembre; é preciso aproveitar o dia de hoje, aproveitar que se está vivo e viver cada dia como O DIA da sua vida.