domingo, 6 de setembro de 2009

Efêmero


Aprendi, infelizmente da pior maneira, que há amigos que dizem que estarão sempre presentes, mas passado algum tempo se vão e nunca mais olham para trás. Infelizmente acreditamos nas suas falsas promessas, na sua fingida alegria. Pensamos que realmente fomos importantes na vida daquele amigo tão estimado e descobrimos que, na verdade, ele nem se lembra de nós. Sim, eu acreditei em você, nas suas juras falsas, nas suas palavras convincentes. Acreditei que você se esforçaria em manter contato, em continuar sendo parte do meu presente, da minha realidade. Acreditei que minha amizade fizesse alguma diferença em sua vida, que minha presença talvez fosse importante. Acreditei que minhas palavras tivessem sido importantes para você, que minha ajuda tivesse sido digna de gratidão.
Acreditei. Enganei-me. Mas não se preocupe, meu querido, hoje sei que posso seguir sem você. Embora sua amizade me faça falta, descobri que tenho amigos que, ao contrário de você, não se importam com a distância, que não usam o tempo como desculpa e continuam tão presentes como sempre. Sua amizade foi importante. FOI. Hoje aprendi que posso viver sem você, e que sua ausência já não me machuca mais. Chegar a este ponto não foi fácil. Tive raiva de você, tive vontade de te dar um soco no nariz e tentar fazer com que você acordasse para a vida. Mas passou, meu amigo, passou. Ainda vamos nos ver, mas já não sinto saudades de você. Finalmente me curei e hoje sei que a vida sem a sua presença pode ser ainda mais colorida.
Não se preocupe comigo: preocupe-se com você, há algum problema contigo. Ou será que TODOS os seus antigos amigos resolveram sumir de uma vez? Não foi você quem sumiu e achou melhor jogar no lixo tantos momentos maravilhosos vividos juntos?
Boa sorte pra você. Enquanto isso, fico aqui com os amigos verdadeiros, que podem estar a quilômetros de distância, mas continuam firmes no coração.

Eternos



Li em um texto algo que me fez pensar: "Vivemos como se fôssemos eternos."
Talvez esse seja o nosso maior problema. Acreditamos que sempre haverá um amanhã, que haverá outro dia e outra oportunidade para recomeçar. Insistimos em nos iludir pensando que tudo poderá ser resolvido mais tarde, que amanhã poderemos dar aquele abraço guardado ou dizer aquelas palavras ainda não proferidas. Fazemos planos para amanhã fazermos o que poderíamos fazer hoje. O problema é que não sabemos se teremos mais um dia, mais uma oportunidade.
Fechamos nossos olhos e nos fazemos de cegos, como quem não vê a vida passar, como quem não vê as pessoas e os momentos se perderem de nossas vistas. E nos iludimos acreditando que amanhã tudo poderá ficar bem outra vez, que o que não foi feito hoje poderá se realizar em algum futuro.
Mas nós nada sabemos sobre o futuro, não temos consciência sobre o que nos aguarda. Precisamos viver enquanto é tempo. É preciso agarrar as oportunidades enquanto elas estão ao nosso alcance e estar com as pessoas que amamos enquanto ainda podemos encontrá-las. A vida passa e não espera quem fica para trás, não deixa que ditemos o ritmo: ela determina como soará a melodia, quer isso nos agrade quer isso nos entristeça. É preciso aproveitar a única certeza que temos. É preciso aproveitar o presente, e não viver do passado ou alimentar-se do futuro.
Quando aprendermos a aproveitar e valorizar cada momento, cada pessoa, cada segundo vivido, aprenderemos a ser felizes verdadeiramente e saberemos que o maior presente da vida é o que está diante de nós.